Embora muitas sejam as (re)construções sobre a língua portuguesa, língua vernacular, língua de contato utilizada na América quinhentista portuguesa, este livro é sobre o pensamento linguístico de João de Barros em relação à alfabetização latino-portuguesa. A tese que deu origem a esta obra tem o recorte temporal compreendido entre 1549 e 1556, época do período missionário na história do pensamento linguístico no Brasil, e da redação da Arte de gramática da língua mais usada na costa do Brasil, de José de Anchieta (1595). Esse tipo de estudo histórico-linguístico inclui não só a designação de história interna. Aqui há a exploração de documentos da época estudada, a fim de se comprovar o uso da Cartilha e Gramática (1539/1540) por missionários jesuítas. Esperamos que a publicação deste livro seja não só oportuna, mas também necessária, para ratificarmos que o processo de institucionalização do ensino, a implantação do vernáculo português, a alfabetização intercultural, de base latino-portuguesa, pela catequese, e a gramatização da língua indígena para o fomento de uma prática literária incipiente, nas primeiras instituições rotuladas como "escolas de ler e escrever", teriam marcado o período histórico inicial do território que viria a ser o Brasil.
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