"O Ponto Jê e a Dama de Copas" é um livro apaixonante. Um desses romances que só poderiam ter sido produzidos por uma espécie de gênio da Literatura Contemporânea. Essa mistura de Emile Zola com Aluísio de Azevedo, essa mistura do Germinal com O Cortiço, todo esse conjunto leva a uma distorção imediata de todos os dados comuns, precipita o texto numa vala de concentração enorme de pensamentos e crises de valor. Este é um livro ímpar e um dos primeiros produzidos pelo autor que tratam a temática urbana com vigor, graça e humor. Esse ponto Jê aqui citado como título do compêndio é o tal ponto G, tão afamado depois dos estudos da sexualidade impostos pelos autores americanos e principalmente depois de Camille Paglia dizer que as coisas são assim, são assado. Livro de costumes, romance intrincado, que desfila pela vida inteira de uma personagem cuja formação é inteiramente carioca. Tendo o Rio de Janeiro como pano de fundo, o livro mostra uma cidade completamente diferente daquela dos cartões postais. Os subúrbios são estudados de maneira funda, parcimoniosa, íntima, como se a sensação de um Rio de Janeiro que existe em outra dimensão devesse ser considerada, embora a razão do comportamento não destoar de um determinado tipo de alma. A personagem principal deste livro e todas as que giram em torno dela de maneira estelar, todos exibem seu comportamento sensual retirado de um clima nada ortodoxo. Há no texto uma realidade gritante, ácida, mordaz.
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