Os contos reunidos neste livro nos levam a participar de uma jornada marcada pela diversidade. Convivem aí o viajante e o artesão. O interesse da narradora se fixa em assuntos e temas bem diferentes, de uma viagem a Cádiz à espera de crianças pela visita do carteiro que traz notícias do pai, este sim viajante. E uso narradora não só por ela ser Angela, mas porque se escuta aí uma voz bem feminina. A cultura nos treinou a sermos mulheres de mil facetas, a nos interessarmos por uma vasta gama de assuntos, indo de um faroleiro e sua solidão a um crime passional, passando por como se aprende a ser fada ou, talvez ainda mais difícil em nossos dias atribulados, como se aprende a ser avó. Fica evidente nessa diversidade a curiosidade que mantém vivo o interesse pela vida e pelos seus significados. Ler os contos de uma sentada equivale a se fascinar com a pergunta que move não só o interesse narrativo como nossa forma de nos inserimos no mundo e nas conversas: "E daí?". Fica um gostinho de quero mais, quero conhecer mais pessoas, participar de mais aventuras. Dividimos com a narradora a curiosidade, e com essa experiência vamos enriquecendo nosso repertório de... experiências. Lendo vamos também criando um retrato da voz narrativa, vamos nos familiarizando com seu ponto de vista. Embora em cada história apareça uma faceta distinta, juntas vão formando uma visão do mundo: eis alguém para quem a vida vale a pena, alguém que aceita o desafio de dar sentido e dizer como pensa. Este é o primeiro requisito de uma escritora. Agora resta esperar por mais. Como dizemos entre amigas, "Bora lá?" Maria Elisa Cevasco Professora de Literatura na Universidade de São Paulo
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