Heidegger questiona no § 16 de Ser e Tempo o caráter incontornável do ser simplesmente dado no manual. Compreender esse caráter incontornável, por exemplo, do martelo em relação ao martelar, significa compreender o que Heidegger entende por apropriação. O fenômeno da técnica, em sua essência, revela-se como um evento apropriador (Ereignis). À essência desse evento chamamos armação (Gestell). E do que esse evento se apropria? Do próprio tempo e, em correspondência, daquele que responde ou corresponde ao seu apelo: o ser humano. A correspondência a esse apelo se desdobra em várias direções. Em primeiro lugar, corresponder a esse evento significa a confirmação do esquecimento do ser. Esquece-se do ser, representando. Ao representarmos não só correspondemos ao apelo como também confirmamos a questão da verdade do ser como a questão do seu próprio esquecimento. Faz parte da história do ser, portanto, o seu esquecimento e, por esse mesmo motivo o evento apropriador é uma verdade, é alétheia. A relação entre Ser e Tempo e A questão da técnica é a relação entre o martelar do martelo e o pensar calculador do homem gestéltico, em correspondência ao apelo da técnica. Esta constatação abre novas perspectivas e nos coloca diante de um novo modo de pensar a verdade por correspondência, não no sentido lógico, mas no sentido ontológico. O ser humano corresponde ao apelo, e ao corresponder realiza o evento apropriador, que, fenomenologicamente é uma verdade.
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