A autora Ana Claudia Abrantes Moreira percorre novas vias de entendimento da obra de Clarice Lispector, ao estudar a fundo o manuscrito Objeto Gritante, origem do livro Água viva. Considera o projeto de criação, as similaridades e diferenças entre o manuscrito e o texto publicado, revelando a memória da escritura, em movimento intenso e instigante. A ficção tardia (anos 70, século XX) de Clarice Lispector recebe aqui, sob o olhar de Ana Claudia, tratamento preferencial, na tentativa de apreender a dimensão do papel do escritor, da arte e do diálogo movente entre confissão e ficção. O percuciente e inovador estudo de Ana Cláudia Abrantes sobre Clarice Lispector - resultado de uma Dissertação de Mestrado defendida na UERJ - mexe com o emocional dos clariceanos e do mundo acadêmico. Primeiro pela qualidade e rigor da pesquisa e, segundo, pelo objetivo alcançado pelo trabalho. A pesquisadora nos mostra com toda clareza que a chamada ficção tardia de Clarice vem plantada e regada no manuscrito Objeto gritante, original cuja composição é abandonada pela escritora na segunda cópia, o datiloscrito que gera Água Viva. O leitor deste ensaio perceberá sem rodeios a transposição do programa estético do Objeto gritante - o projeto abandonado - para a escrita clariceana pós-Água Viva.
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