Carlos Drummond de Andrade foi certeiro ao dizer que nossa existência é "um sistema de erros", ou mesmo "um teatro de injustiças e ferocidades". A vida familiar, muitas vezes uma guerra íntima, que já foi abordada com argúcia por autores contemporâneos tão díspares quanto Hanif Kureishi, Cristóvão Tezza e Tobias Wolff, ganha nas páginas desse breve romance um tom desolador e corajoso. Partindo de elementos autobiográficos e sem cair no melodrama ou na pieguice, "Os Abraços Perdidos" é a história de homens que não souberam lidar com o peso da paternidade. "Um livro que me emocionou e que a certa altura me soterrou. A lembrança de certos dilemas humanos incontornáveis, encruzilhadas familiares pelas quais todos nós de uma forma ou outra temos que passar. Herança, escolha, pontes que se esfarelam, apesar de nossa vontade contrária. Aqui a estreia em narrativa longa de um autor que inventou um narrador notável que avança pela história, que ele próprio impulsiona pagando os preços que tiveram de ser pagos, com uma dicção simples, sincera, nos envolvendo com seu monodrama." Paulo Scott "Na autoficção de João Chiodini, as relações disfuncionais envolvendo a paternidade ganham um tom cínico e áspero. É um doloroso retrato de uma relação consumida pelo egoísmo, o rancor e a solidão, onde memória e ficção fundem-se em busca de todos os abraços perdidos." Carlos Henrique Schroeder
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