Da Lava Jato ao governo Bolsonaro: bastidores do poder Rosangela e Sergio Moro se conheceram nas salas de aula: ele, professor rigoroso que punia as faltas; ela, aluna que se sentia injustiçada. Reencontraram-se pouco depois da formatura de Rosangela e estão juntos desde então. São mais de vinte anos de casamento, dois filhos e inúmeros momentos difíceis vividos pela família em função da carreira do ex-ministro. Em Os dias mais intensos, Rosangela abre o coração e recorda situações que preferiria esquecer. Afinal, a família precisa de proteção especial desde os tempos em que o então juiz ia atrás de traficantes de drogas. Em uma narrativa emocionante, ela conta alguns momentos marcantes da Operação Lava Jato como o dia em que Lula foi preso e a notícia do vazamento do telefonema entre o ex-presidente e a então presidenta Dilma. No capítulo "Tchau querida", descobrimos que Moro estava jogando basquete com os filhos enquanto o Brasil parava na frente da televisão. "Ele toma Morotril", diz Rosangela, referindo-se à calma do marido. Tensa, mesmo, foi a passagem do então juiz no governo de Jair Bolsonaro. Como ministro da Justiça e da Segurança Pública, Moro acumulou frustações e frituras, relembradas em detalhes por Rosangela. Em um primeiro momento, ela achava que Bolsonaro poderia ser o regente de uma orquestra em que o marido e os demais ministros atuariam. "Mas Moro e Bolsonaro não têm nada em comum. Hoje acho até que, quando juntos, sequer tinham assuntos para conversar além das pautas palacianas." Os dias mais intensos oferece um olhar privilegiado sobre a história de um dos personagens mais importantes do Brasil, alguém que foi fundamental na luta contra a corrupção e teve a coragem de enfrentar empresários todo-poderosos e políticos de esquerda e de direita.
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