Os fora de série na escola. Eles estiveram muito tempo fora, fora das séries escolares. Estiveram fora da escola. Separados em escolas especiais ou em salas especiais, não se "misturavam" com os da série na escola. Após muita luta, após avanços sucessivos, após o reconhecimento dos direitos de igualdade, a sociedade e a legislação vêm reconhecendo a especificação de direitos, entre os quais os das pessoas com necessidades educacionais especiais. A entrada educacional desses fora de série deve ser, como de todo e qualquer cidadão, na escola. Esse é o primeiro passo. Mas não pode ser fora das salas comuns das escolas comuns. Mas de onde advém o fundamento desse direito pelo qual determinadas políticas educacionais estão sendo implementadas? Quais suas condições? Essas e outras perguntas são a principal motivação deste livro, que, no fundo, acaba por reconhecer que todos são fora de série, e todos devem estar na escola com qualidade. Os administradores e gestores da educação escolar dos sistemas, os professores dos cursos de licenciatura, de pedagogia, do ensino normal superior e do ensino normal médio poderão aqui encontrar conteúdos para um encaminhamento de uma escola que só com base na igualdade pode acolher a diferença. Pode a igualdade conviver com a diferença? Seria mesmo a diferença o oposto da igualdade? Qual seria, então, o oposto da desigualdade ou então da iniquidade? Essas temáticas surgem quando as pessoas com necessidades educacionais especiais são instadas a entrar nas salas comuns das escolas comuns. Por carregarem consigo alguma limitação, no plano físico ou psíquico, temporária ou permanente, parcial ou total e que pode afetar o modo de aprendizagem, foram segregados em escolas homogêneas ou em salas homogêneas. Ora, sabe-se que todos, sem exceção, somos portadores de necessidades. Uns as têm de modo manifesto, outros de maneira latente, e todos, sem exceção, podem ter reduzidas ou mesmo eliminadas, por meio de processos pedagógicos, determinadas limitações. Faz parte da igualdade respeitar a importância da dificuldade de cada um. Faz parte da igualdade, na escola, uma formação polivalente. Os fora de série na escola serão tão mais iguais quanto mais e melhores forem as condições oferecidas pelos sistemas de ensino, entre as quais a boa formação inicial e continuada dos profissionais da educação. Muito se fala em escola inclusiva. Tal conceito seria o guarda-chuva adequado para a presença em escolas comuns das pessoas com necessidades educacionais especiais e para o respeito com as populações indígenas e afrodescendentes. Mas qual seria o fundamento das políticas que, sob a inclusão, propõem o acesso e a permanência das pessoas com deficiência nas salas comuns das escolas comuns? Por que não continuar, como regra, com as escolas especiais e as salas especiais? O que distingue uma política de distribuição de uma política de reconhecimento? Como tudo isso é assegurado em nossa legislação?
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