Este livro, fruto de uma dissertação de Mestrado em Saúde Pública, defendida pela psicóloga Marlene Zornitta, é um trabalho pioneiro no Brasil, ao lançar o seu olhar de pesquisadora pela primeira vez para um novo perfil de pacientes de Aids: os idosos. Tratar da Aids é, também, tratar da sexualidade dentro da categoria social da velhice, fenômeno socialmente negado ou ignorado. Mas não falar não significa que não ocorra, e a autora reflete, com sua vivência junto a este público, sobre a condição, o estigma e o acesso destas pessoas a um lugar de acolhida, diálogo e respeito. Desta maneira, Marlene não apenas enriquece a leitura por meio de sua experiência prática, com sua interlocução e proximidade a tais pessoas, mas também quando analisa sob à luz da Bioética a sua própria abordagem clínica, bebendo da Justiça Social de Amartya Sen, renomado economista bangladeshiano, vencedor do Prêmio Nobel em 1998. Esse ponto de vista humanizador e ousado é certamente um convite para profissionais da Psicologia, da Epidemiologia e da Saúde Pública debruçarem-se sobre este grupo, relegado ao esquecimento e ao estigma em muitos sentidos. "Marlene foi pioneira no atendimento psicológico aos idosos com HIV, sempre se preocupando em discutir profundamente esta questão, em um momento onde muito pouco era publicado. Sua tese se transformou em um livro que aborda estas questões com sutileza e coragem." Alberto Chebabo, infectologista e Vice-presidente da Sociedade Brasileira de Infectologia
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