O elemento noite é sempre atraente. A noite é um signo. Em seu livro de estreia, Os Olhos da Noite, o poeta Paulo Rodrigo Ohar está em simbiose com a obscuridade. Não apenas a sua experiência, mas a marca metafórica amparada a outros poetas que do mesmo modo cantaram a escuridão, como Baudelaire e Rimbaud. Uma poesia contida, intensa, que investiga os códigos da noite sem deixar de lado a combinação eficaz entre o lirismo e a contundência do dito, sem rodeios. Nas quatro partes que integram o livro, Alucinantes, Noturnos, Reverberações e Curtas, a palavra noturna consegue alcançar o poético sem abrir mão de uma dicção legítima: a noite é tema e núcleo daquilo que se escreve coberto da mesma noite. Observações, segredos, confissões, a noite percorrida de madrugada trazida para dentro de casa. O autor tem pleno domínio sobre o tema que pretende costurar sua poesia. Quem aprecia a delícia da noite vai logo se reconhecer. A noite aqui é brinde e sugestão, carne crua. Presente dos deuses: os mesmos entorpecidos dessa noite.
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