Escrita em 2015, Os que ficam é um diálogo teatral com Augusto Boal. Inspirada em fragmentos da peça Revolução na América do Sul, de 1960, e em escritos pessoais como a autobiografia Hamlet e o filho do padeiro, esta dramaturgia da Companhia do Latão apresenta um grupo de artistas de teatro que ensaia a peça de Boal na década de 1970, momento em que a repressão estava cada vez mais sufocante. A partir desse núcleo temático, o texto discute a censura, a violência da ditadura, a necessidade de sobrevivência econômica, o apelo ao trabalho na televisão, o exílio de autores e, mais profundamente, a resistência da cultura contra os interesses do capital. Os que ficam traz ao leitor a oportunidade de conhecer não só parte do histórico de luta de Boal e de sua geração, mas de resgatar os aprendizados do passado para construir o presente. A peça produz, assim, uma reflexão sobre as dificuldades da arte política na atualidade. Realizada no Teatro III do Centro Cultural do Banco do Brasil no Rio de Janeiro em janeiro de 2015, com assistência de dramaturgia de Julián Boal e direção musical, composição e execução de Martin Eikmeier, Os que ficam estreou com a participação especial de Cecília Thumim Boal.
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