Em análise abrangente, original e interdisciplinar, Pandeiros e Bandoneones: Vozes Disciplinadoras e Marginais no Samba e no Tango coloca em paralelo e compara - em suas convergências e divergências - o processo de construção do ideal de nação no Brasil e na Argentina. Considerando a música aspecto revelador da sociedade, a obra faz tal percurso mediante o exame de letras de samba e de tango - tidos como símbolos genuinanente nacionais dos dois países -, tomando como corpus aqueles compostos entre os anos de 1910 e 1940, período crucial para a construção da identidade brasileira e da argentina. Instigada pela aparente contradição representada pela presença frequente do malandro nas letras de samba e do compadrito nas de tango - figuras profundamente associadas à identidade de, respectivamente, Brasil e Argentina, mas tão contrárias ao ideal de cidadão almejado pelo discurso oficial -, a autora traça a história de cada um desses gêneros musicais e do papel dessas figuras dentro deles, expondo suas características, modificações e vertentes, sempre relacionadas à história do seu país de origem. Ressalta de sua excelente e profunda análise o fato de que, também nas letras das músicas estudadas, delineiam-se as ações e a presença de vozes disciplinadoras do Estado e da sociedade visando a enquadrar esses tipos marginais a um ideal de cidadão e de nação. Portadora de pesquisa densa, conceituação teórica sólida e grande capacidade crítica, ao trazer um novo viés de análise de processos de formação identitária e representação da nação esta obra contribui imensamente para o debate contemporâneo de temas ligados à construção discursiva da nacionalidade.
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