As relações raciais no âmbito da educação não são algo recente, no entanto, a visão apresentada neste livro retrata uma nova forma de olhar para a educação das relações raciais, por meio da ação da branquitude. A forma como a autora nos apresenta o conceito da branquitude e a forma como esse conceito atinge cada indivíduo transpassa a definição de um conceito estático e uniforme. Como a autora bem define, em alusão ao conceito da "porta de vidro", de Edith Piza, a branquitude é refletida como um prisma, fazendo com que cada pessoa branca a vivencie de um jeito (ou de vários jeitos). Neste contexto, a branquitude impacta a forma que as relações raciais são sentidas no ambiente escolar, sobretudo pelas crianças negras, que percebem um ambiente cujo paradigma, muitas vezes, aponta a estética branca, o saber branco, a personagem branca como aqueles inseridos em uma norma universal. Ademais, a naturalização e a invisibilização causadas pela branquitude impactam de maneira direta a implantação da Lei nº 10.639/2003 e a educação antirracista, agravante em uma sociedade histórica e culturalmente influenciada por pessoas negras, como a brasileira e cuiabana.
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