Clare e Irene se reencontraram, por acaso, no terraço de um elegante hotel. Na Chicago dos anos 1920, elas nem poderiam, pela lei, estar ali: são negras que, por conta da pele clara, estavam passando-se por brancas. Irene, é verdade, manteve-se na raça: mora no Harlem e é membro ativo da Sociedade Negra. Já Clare, para deixar a pobreza, adotou uma identidade de branca e casou-se com um homem rico - e profundamente racista. Irene é negra por compromisso moral; Clare quer voltar a ser negra, por prazer. Em uma sociedade cega à ambiguidade racial, Irene e Clare, como as duas metades do yin yang, estão em constante busca por um espaço o qual nunca poderão ocupar plenamente. Clare, a negra que se passa por branca, fascina e angustia Irene, a negra que pensa como branca. Nos polos opostos, seus maridos: o branco racista que quer levar Clare para a Europa; o médico negro que sonha em mudar a família para o Brasil. A essa perigosa tensão social soma-se uma carga sexual, precipitando o desfecho inexorável para as pessoas de cor que não encontram seu lugar em um mundo em preto e branco.
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