O presente livro traz como tema de estudos as greves do CPERS/Sindicato em tempo de neoliberalismo com o foco no desenvolvimento de uma pedagogia que emerge no processo da luta social. Essa pedagogia acontece a partir da necessidade organizativa dos/das docentes que estão inseridos na lógica de exploração do trabalho mediada pelo Estado na sociedade capitalista. Particularmente, essa categoria de trabalhadores/as está submetida a baixos salários, pagos de forma parcelada, a sobrecarga de trabalho e a precarização das relações de trabalho. Essa realidade tem levado os/as professores/as, no estado do Rio Grande do Sul, a auto-organização política e a construção do movimento social. A pesquisa teve como objetivo compreender os significados pedagógicos da greve e das ações de protestos impulsionada pelo CPERS/Sindicato, em 2017, bem como os sentidos da sua participação para a educação política frente a política de desvalorização do trabalho docente. Para a realização da análise de informações foi utilizada a Teoria Social dos Movimentos Sociais, a partir do materialismo histórico e dialético. As ferramentas utilizadas na pesquisa foram: entrevistas semiestruturadas com dirigentes e militantes de base do CPERS/Sindicato, e análise de documentos. Na pedagogia da luta, os/as trabalhadores/as docentes entendem que não é possível comprometer-se com uma posição em assembleia e contrariá-la na escola (comprometimento com o coletivo); que, em tempos de neoliberalismo, o governo estadual segue à risca a esse receituário enfraquecendo o próprio poder do Estado, mas que esses são tempos de resistência, e a greve, nesse contexto, foi a arte de resistir a essa política (resistência coletiva). Procurou-se trazer o acompanhamento da negociação entre o sindicato e o governo, reconhecendo a consciência dos limites da ação, que fazem parte de uma educação política, que é desafiadora, pois exercida contra um poder instituído (educação política na ação). Na ação coletiva se estabelecem alguns sentidos da participação, pois no movimento sindical se conhece uma forma radicalizada de democracia; que, por fim, devido à luta coletiva desenvolve-se um sentimento de pertencimento a um grupo social, através da homogeneização do discurso, seja através dos problemas em comum enfrentados que reforçam seus laços de solidariedade e contribuem na construção de uma identidade coletiva.
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