Pedagogias e mulheres em movimentos: enfrentamentos à violência doméstica tem o mérito de oferecer às leitoras e aos leitores uma nova perspectiva de enfrentamento à violência doméstica. A obra circunscreve-se na ação de educadoras/educadores sociais que, por meio da Pedagogia Social, assumem um posicionamento acadêmico e social frente ao tema. Considera, nesse sentido, os cenários dramáticos impostos às mulheres, evidenciados no Relógio da Violência, segundo o qual, a cada dois segundos uma mulher é vítima de violência física ou verbal no Brasil. Em função desses altos índices, fomos desafiadas a pensar e confrontar a realidade e, portanto, propor estratégias educativas de combate à violência doméstica e de gênero na cidade de Santo Antônio de Pádua-RJ. Com esse desafio, analisamos as contribuições da Pedagogia na construção de processos educativos de enfrentamento à violência doméstica, a partir do Instituto do Noroeste Fluminense de Educação Superior (INFES) da Universidade Federal Fluminense (UFF). Desde um viés teórico-metodológico da pesquisa-ação, propagamos a Lei n.º 11.340/06 - Maria da Penha -, em sentido a fomentar a criação de uma rede de fortalecimento na luta pelos direitos das mulheres. Enquanto elementos sociais e éticos, provocamos tensões políticas na agenda local de proteção e assistência às vítimas de violência, uma vez que denunciamos a inexistência, na cidade de Santo Antônio de Pádua, de um Núcleo de Atendimento às Mulheres (NUAM), bem como de uma Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (DEAM) - a mais próxima à cidade fica a 126,7 km de distância. No centro das tensões políticas atuais, esta obra reúne importantes elementos que sinalizam as contribuições da Pedagogia para confrontar as colonialidades do tempo presente nas vidas das mulheres, na organização social, nas práticas educativas e, em perspectivas mais amplas, nas políticas públicas. Entre tais contribuições, os resultados defendem o argumento da necessária refundação teórico-metodológica e epistemológica da Pedagogia. Tal refundação, defendida nesta obra, coloca a Pedagogia e as mulheres em movimentos emancipatórios revolucionários voltados à: defesa de Direitos Humanos; desarticulação das redes de violência; promoção de pautas educativas de combate à violência contra a mulher; mediação de conflitos; e fortalecimentos de processos emancipatórios.
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