Na sua recensão aos «Escritos Judaicos» de Hannah Arendt, Judith Butler escrutina os modos de pertença e de rejeição próprios da existência, religião e história judaica que ao longo dos anos suscitarão tomadas de posição por parte de Arendt, em particular os paradoxos políticos subjacentes à criação do Estado-nação de Israel.
Esboçam-se assim as linhas essenciais do pensamento arendtiano dedicadas ao problema dos judeus do pós-guerra, ao analisar-se o contexto histórico e político que originou a judeofobia e o Holocausto na Europa, mas também a contraposição crítica em relação ao destino das minorias ou a interpretação da «banalidade do mal» em chave jurídica e política.
Na sua leitura dos «Escritos Judaicos», Judith Butler observa as contradições, as incertezas e divergências, relativamente à condição de se «ser judeu», sublinhando a posição de Arendt - judia da diáspora - face à distinção dogmática entre assimilacionismo e sionismo. Perante a crítica de Gershom Scholem a Arendt, a respeito do seu suposto «desamor» em relação aos judeus, evidencia-se a autonomia do seu pensamento em relação a um debate que escolheu a noção de «povo judaico» como premissa e álibi da judeofobia. Arendt reconhece ser judia, «simplesmente», mas declara-se crítica do nacionalismo judaico, fundado numa pretensa secularidade, bem como refuta a política fundada em motivos religiosos. Ao considerarem-se os pontos de vista de uma pertença nacional judaica, alerta-se também para o pernicioso e perigoso clamor do nacionalismo.
As oposições que o pensamento de Arendt atravessa - a sua pertença judaica, a sua crítica ao nacionalismo, entre outras - conferem uma notável atualidade aos seus escritos.
Esboçam-se assim as linhas essenciais do pensamento arendtiano dedicadas ao problema dos judeus do pós-guerra, ao analisar-se o contexto histórico e político que originou a judeofobia e o Holocausto na Europa, mas também a contraposição crítica em relação ao destino das minorias ou a interpretação da «banalidade do mal» em chave jurídica e política.
Na sua leitura dos «Escritos Judaicos», Judith Butler observa as contradições, as incertezas e divergências, relativamente à condição de se «ser judeu», sublinhando a posição de Arendt - judia da diáspora - face à distinção dogmática entre assimilacionismo e sionismo. Perante a crítica de Gershom Scholem a Arendt, a respeito do seu suposto «desamor» em relação aos judeus, evidencia-se a autonomia do seu pensamento em relação a um debate que escolheu a noção de «povo judaico» como premissa e álibi da judeofobia. Arendt reconhece ser judia, «simplesmente», mas declara-se crítica do nacionalismo judaico, fundado numa pretensa secularidade, bem como refuta a política fundada em motivos religiosos. Ao considerarem-se os pontos de vista de uma pertença nacional judaica, alerta-se também para o pernicioso e perigoso clamor do nacionalismo.
As oposições que o pensamento de Arendt atravessa - a sua pertença judaica, a sua crítica ao nacionalismo, entre outras - conferem uma notável atualidade aos seus escritos.
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