Pesquisa qualitativa impõe-se sempre que se trate de temas que se interessem mais pela intensidade do que pela extensão dos fenômenos, como é o caso de participação, comunicação, aprendizagem, felicidade. Não se opõe aos formatos de pesquisa quantitativa, uma vez que a dicotomia entre quantidade e qualidade está superada. Apenas focaliza mais de perto os horizontes ditos qualitativos. Ao deixar de lado a representatividade estatística, busca o aprofundamento, também subjetivo. Pretende a exemplaridade dos casos, para não cair no subjetivismo. Seu grande desafio é emprestar-lhe credibilidade científica. O autor recupera a "hermenêutica de profundidade" de Thompson aplicada ao estudo da ideologia centrada no fenômeno do poder. Nessa visão dialética aberta, alarga tal proposta para o estudo de fenômenos intensos, em torno de três pontos básicos: contexto histórico, análise estrutural e análise dialética (interpretação). Apoia-se na ideia de argumentação bem fundamentada, sempre discutível, mas respeitável pelo fato de aceitar, a todo momento, ser questionada e questionar. - Papirus Editora
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