Para não esquecer a poesia O trabalho artístico do poeta Perinho Santana é de se admirar. Tanto a obra quanto o seu criador evocam compromisso social, preocupação com o meio ambiente, com as pessoas, a preservação da memória afetiva, as relações que regem a comunidade, ou seja, tudo aquilo que a sociedade moderna rejeita: carinho, cuidado, afetividade, respeito, solidariedade. A poesia de Perinho nasce e cresce em Plataforma, um bairro eminentemente negro, de origem e de cor, que ainda teima em se destacar do resto da cidade. Ali, nos escombros da história, nas ruas onde os holandeses marcharam na tentativa de dominar a cidade e se estabelecer em Salvador, a poesia, os desenhos manuais e a magia do poeta se impregnam. Onde não há papel, formulário, apoio institucional, Perinho insiste; e sua marca fica incrustada nos muros da estação de trem, nas paredes, na memória de quem por ali passa. Seus poemas de protesto revelam uma alma inconformada e incansável de um guerreiro das letras. A marca do poeta fica gravada nas muralhas que separam a Salvador pujante do século XXI e a Salvador da pobreza e do descaso social. Pelos menos um cavaleiro levanta sua espada contra a desigualdade e luta, solitário, para derrubar o muro da insensatez, numa batalha contra o esquecimento, contra a falta de incentivo dos projetos culturais governamentais, contra a falta de respeito à cultura popular. É assim que vejo a poesia e a pintura de Perinho Santana. E, por isso, patrocinei a publicação desse primeiro livro dele, na tentativa de eternizar a memória de Perinho e de Plataforma. Valdeck Almeida de Jesus Escritor, Poeta, Jornalista e Mecenas galinhapulando.com
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