Este livro tem por foco a reflexão ao projeto em urbanismo. O autor posiciona o projeto como uma construção narrativa discursiva, propondo um deslizamento da dimensão do saber-fazer ao pensar-fazer. O pensar-fazer suspende a dimensão resolutiva, imaginando o projeto para além da sua realidade técnica e instrumental, instalando uma dimensão política. O texto se constrói como a tessitura entre filosofia, urbanismo e literatura, produzindo uma narrativa ensaística. Pensar o projeto de maneira experimental, arriscando mais, riscando menos - rasgar algumas certezas. Não se trata de buscar verdades sobre o projeto, mas especulações, experimentações e pensamentos. Falar do projeto pelo ensaio é avançar por digressões especulativas, e não perder de vista sua expressão poética e aberta. É um risco. Esse rasgar só é possível a partir de um movimento de radicalização no processo de projeto a partir de três movimentos conceituais e operativos - uma negativa, uma torção e um espaçamento. Esses movimentos de radicalização são analisados ao longo do texto a partir de três obras ficcionais: a negativa é pensada a partir da História do cerco de Lisboa, José Saramago; a torção, em Bartleby, o escrevente. Uma história de Wall Street, Herman Melville; o espaçamento, em Esperando Godot, Samuel Beckett. É a partir desses três movimentos, em consonância com a ficção e sua dimensão política, que se desenvolve a possibilidade de um deslocamento do saber-fazer do projeto para um pensar-fazer.
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