A vida gosta de quem gosta dela. Renato Prieto aprendeu isso muito cedo, desde que deixou Vitória, no Espírito Santo, e partiu para o Rio de Janeiro em busca do sonho de se tornar ator. Penou, sofreu, teve que engolir muito sapo (sem nunca aceitar grosserias) e prender as cobras e os lagartos da ira no intuito de se perseverar. Ainda assim, nunca deixou de teimar ou aceitou abrir mão de sua integridade. Não foi fácil, mas ele chegou lá. Levou multidões aos teatros, tornou-se o chamariz de bilheteria do sucesso nos cinemas Nosso Lar (2010) e consagrou-se como o pilar da dramaturgia espírita no país. Sempre fiel a seus estudos de uma doutrina celebrizada ao longo dos tempos por Allan Kardec, Chico Xavier e outras gerações de médiuns, ele ajudou a transformar espetáculos como Além da vida e Quem é morto sempre aparece em marcos das artes cênicas no país. Teve que encarar intolerâncias aqui e ali, que se virar nos 30 a cada novo arrocho na economia brasileira - que sempre pesava na classe artística -, teve e tem que meter as caras para tirar do papel cada nova ideia que tem. Mas quem disse que seria fácil? Neste livro, ele revê os momentos mais difíceis, os episódios mais divertidos, as lutas, as confusões, as peripécias passadas nas coxias e nos sets de filmagem. Como toda boa história, ela tem lugar para lágrimas e muito, mas muito mesmo, espaço para alegria, e, na interseção das duas, há bravura e fé. Esta é uma autobiografia de quem nunca conjugou o verbo "desistir", seguindo em frente com sua crença nos poderes redentores da arte e na força do mundo espiritual.
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