Glaucia Lara e Rita Limberti sempre buscaram, no garimpo das vozes abafadas das minorias sociais, o discurso como objeto de estudo, a partir do ponto de vista do respeito ao Outro. Ambas edificaram suas carreiras acadêmicas não só como pesquisadoras, na busca de fenômenos sociais e linguísticos no ambiente em que eles ocorrem, mas também como docentes que sempre tiveram na ponta do giz, em sala de aula, a magia de despertar curiosidade intelectual em cada estudante. Mergulhadas no ideal de (des)velar os excluídos e os injustiçados, derrubaram fronteiras institucionais. Corajosas, as duas levantaram bandeiras desafiadoras. Lara privilegiou a crítica ao discurso purista em torno da língua padrão ideal, na esteira da luta contra o preconceito linguístico. Limberti, por sua vez, valeu-se das heranças da colonização brasileira para revelar, no discurso dos índios, o clamor de uma cultura de matizes próprios, que adquire significação no grito indígena em oposição ao preconceito linguístico e cultural do homem branco. A pluralidade desta coletânea que ambas logram colocar nas mãos do público leitor reflete apenas parte do perfil acadêmico-profissional das organizadoras. Denize Elena Garcia da Silva Coordenadora no Brasil da Rede Latino-Americana de Análise do Discurso sobre a Pobreza (REDLAD)
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