Meu nome é Reynaldo e quero tornar público o meu descontentamento em relação ao que um poeta metido a romancista teve a imprudência de escrever a meu respeito. De cara, deixo claro que esta "Crônica de um amor morto" é, sem dúvida, uma obra inspiradíssima; principalmente, porque segue um princípio muito caro a artistas que tanto admiro. Afinal, o velho Hank não falou de Bandini: "Eis aqui um homem que não tem medo da emoção!"? O incômodo vem de certas informações que não correspondem à realidade; não sei se por memória debilitada devido ao pesado consumo de bebidas alcoólicas ou por provocação gratuita ou por uma necessidade latente e involuntária de me deixar com a pulga atrás da orelha. Enfim, o cronista deste finado amor, que deve ter sido escrito numa escrivaninha próxima à de Brás Cubas, conseguiu me animar a fazer algumas considerações sobre determinados acontecimentos que, parcial ou integralmente, merecem algum tipo de correção. Não se provoca uma personagem impunemente.
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