Os anos de 2020 e 2021 serão, acreditamos, marcados no futuro pela ocorrência e veloz mundialização da pandemia de COVID-19, que com seu impacto mortífero revelou aspectos cruentos e cada dia mais intensos no presente capitalista ultra/neoliberal. Agendas que antes pareciam só ser próximas para uns poucos - os povos indígenas e outros povos habitantes de florestas e de biomas devastados pelos desenvolvimentismos - hoje se encontram claramente entrelaçadas até mesmo na grande imprensa, sempre bastante tendenciosa e pautada por interesses do(s) mercado(s) financeiro(s). A destruição ambiental e as mudanças climáticas mostram seus efeitos devastadores sobre a saúde da natureza da Terra e sobre a humanidade, cruzamentos mais ameaçados tanto pelos autoritarismos de diversos matizes políticos como pelos individualismos, que pouco ou nada acrescentam no caso do combate a uma pandemia. O vírus que parou o mundo, e afetou de maneira diferente pessoas de variadas culturas e classes sociais, também chegou aos territórios indígenas, recrudescendo as situações de desigualdade e expondo problemas estruturais, como a necessidade de demarcar e proteger os territórios tradicionais; as deficiências do subsistema de atenção à saúde indígena; a sistêmica negativa ao direito à identidade cultural dos povos indígenas; o racismo estrutural que afeta sobremaneira os indígenas em contexto urbano; a crescente invasão às terras indígenas; e o assédio de missões religiosas, especialmente em relação aos indígenas isolados e de recente contato.
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