Dentro de mim, a poesia vive. Há 2 anos, o meu coração ganhou uma companhia irreal, abstrata, insistente, que não nos abandona em nenhum dia. Chegou sem ser convidada, entrou sem bater na porta, e sentou para tomar um café (gelado); como um presente que não tem como recusar, que mesmo sem gostar você acaba se apaixonando apenas pela ideia dele ser um presente, um presente do destino - depois de amores perdidos, de corações partidos. Escrevo poesia em seu modo mais íntimo e fiel, como um órgão pulsante que precisa do amor para sobreviver. Escrevo poesia para alguém que entra em casa sem bater na porta, que bagunça todos os móveis e às vezes até fica para o próximo dia - peço para que você também fique, não repare na bagunça, tenho uma eternidade para te mostrar. Convido, assim, os poetas e os amantes para uma viagem à canoa pelo mar deste livro. No começo se dialoga sobre o amor - e suas causas e consequências; vivendo intensamente todo o brega que envolve o amar, faremos uma breve visita na dor e saudade em uma ilha longa e passageira, embriagando-se a cada gole dessa dolorosa e importante parte; e trataremos sobre o fim fazendo poesia sobre o recomeço, e o recomeço fazendo poesia sobre o fim, juntando os cacos antigos com os novos. Escrevo poesia, porque em 2018 um anjo desses que habitam na saudade, murmurou: se não virar amor, faça poesia. Gabriel Faria @embriagadosdepoesia
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