A volta de Cristo sempre foi um assunto que despertou muito interesse. É assim desde que Ele voltou ao Céu com a promessa de retornar trazendo consigo a recompensa à humanidade. Hoje não é diferente. Ao longo dos anos recentes, a Igreja tem tentado interpretar os grandes eventos mundiais como sinais da iminência da segunda vinda de Jesus. Muitos o fazem de maneira sistemática, porém as opiniões sobre os tempos e as pessoas envolvidas vão mudando à medida que novos eventos acontecem. Isso tudo tem conduzido muitos à zombaria, outros à indiferença e alguns ainda à negação da promessa de Jesus. Como encontrar o equilíbrio? Devemos, apesar de todos os questionamentos, seguir crendo que o Senhor Jesus voltará em majestade e para reinar? Este livro, da série de sermões de Spurgeon, apresenta um tema que tem sido negligenciado em meio ao cenário de interpretações escatológicas: a preparação da Igreja para se encontrar com seu Senhor e Salvador. Esse é o ponto fundamental em que Cristo e os apóstolos investiram bastante tempo enquanto falavam dos tempos do fim. Charles Spurgeon não pregou muitos sermões voltados a esse tema. E o fez por um motivo: ele entendia que havia estudiosos muito mais capacitados do que ele para discutir a doutrina do segundo advento de Cristo. No entanto, todas as vezes que pregou sobre esse tópico, Spurgeon o fez de um ponto de vista pastoral-profético, buscando alertar o povo de Deus para se preparar para o encontro com o seu Senhor. O trecho a seguir, citação de um dos sermões deste livro, demonstra uma conversa que ele teve com um colega de ministério sobre a questão: "Um colega de ministério questionou-me, enquanto nos sentávamos na companhia um do outro: "Eu gostaria de lhe fazer muitas perguntas sobre o futuro". "Bem", respondi, "não posso lhe responder porque eu ouso dizer que não sei mais sobre ele do que você". "Porém", disse ele, "e em relação à segunda vinda de Cristo? O milênio não acontecerá primeiro?". Respondi-lhe: "Não sei dizer se primeiro haverá o milênio, mas disto eu sei: do modo como eu vejo, as Escrituras deixaram muitos assuntos com uma indistinção intencional, para que possamos estar sempre esperando Cristo voltar e para que possamos estar vigilantes quanto à Sua vinda a qualquer dia e hora". Para esse grande homem do passado, duas verdades escatológicas eram fundamentais: 1) a certeza do retorno de Cristo; 2) a vigilância da Igreja, a fim de preservar a fé e a santidade. Essas são as tônicas destes sermões. Organizamos as mensagens de Spurgeon buscando apresentar uma ordem lógica. Apresentamos, primeiramente, a promessa da volta de Jesus; em seguida, a comparação entre a primeira e a segunda vindas de Cristo, alertas para a Igreja, o julgamento futuro e o cumprimento da promessa. Com isso, desejamos tocar nosso leitor para que sua esperança por dias infinitamente melhores continue aquecendo seu coração, diante do caos em que vive o mundo, e dando-lhe respaldo para viver de forma que honre o Senhor, apesar de toda a pressão para o abandono da verdadeira fé em Cristo. Nestes dias desafiantes, vivamos conforme o conselho do apóstolo Pedro: "Não retarda o Senhor a sua promessa, como alguns a julgam demorada […] Nós, porém, segundo a sua promessa, esperamos novos céus e nova terra, nos quais habita justiça. Por essa razão, pois, amados, esperando estas coisas, empenhai-vos por serdes achados por ele em paz, sem mácula e irrepreensíveis…" (2 Pedro 3:9,13-14). Que Deus abençoe ricamente a sua leitura!