Hegel possui uma refinada reflexão teórica sobre a guerra e a paz, que se inicia com estudos fenomenológicos, estéticos e políticos, sobre as guerras heroicas representadas nas tragédias gregas, passando por estudos sobre as guerras cavalheirescas (¿guerras justas') até o interior das discussões sobre direito natural das gentes e chegando a realizar filosoficamente investigações político-militares sobre as guerras modernas com a implementação tecnológica das armas de fogo à longa distância, utilizadas por exércitos profissionalmente treinados e comandados por Senhores da guerra e da paz. A teoria hegeliana da guerra e da paz apresenta, desde o início, dialética e especulativamente, o movimento de potências éticas que entram inevitavelmente em colisão trágica com os seus fundamentos éticos, sejam esses políticos, religiosos, jurídicos, sociais, etc. Colisão infeliz e trágica, que nas guerras modernas não é exclusivamente compreendida como o conflito militar entre Estados modernos, senão, também, pode ser compreendida como guerra contra individualidades solitárias "¿p¿¿¿¿", que encarnam para si, de forma extrema, uma potencialidade ética, tendo posições dogmáticas-radicais e carregadoras de armas letais, que põem em risco a segurança pública e privada das pessoas, assim como as liberdades políticas e civis conquistadas historicamente pela organização racional dos Estados modernos.
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