Sobejam os livros, e o regime da escrita parece infinito. Mudaram-se as formas de arquivamento e expressão, agora virtualizadas, mas o engano e a autenticidade ainda se escondem nas entrelinhas. Além dos textos, imagens também proliferam, reinventando e transformando objetos e pessoas, sempre sujeitas à interpretação rápida e superficial. Esta obra, agora reeditada, explora a interação assíncrona entre gestos, palavras e imagens. Inspirada por Adorno e sua Teoria Estética, a obra propõe uma análise nostálgica e crítica, trazendo à tona sentidos insurgentes, onde cada leitor encontrará sua própria originalidade. A crítica à violência é central. O evento repressivo de 1964 é abordado, assim como a sociabilidade que tenta, sem sucesso, alinhar o disforme. Práticas médicas e educacionais são questionadas, revelando uma tese sombria: não há história sem violência, que é, paradoxalmente, produtiva. No entanto, a obra busca superar o negativo, demonstrando que a liberdade é o motor da história. Mesmo nos espaços repressivos, há sempre rotas de fuga. Com isso, reafirma-se o compromisso com a utopia, essencial para que a ciência mantenha sua relevância.
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