A astronomia usa a palavra solstício para designar a posição do Sol no momento em que o astro-rei se encontra em determinado ponto exato. Mais do que isso, refere-se a uma posição exata. Solstício é uma sofisticada alegoria da qual a escritora Edna Bugni lança mão para contar uma saga feminina multifacetada, repleta de arquétipos primitivos, contemporâneos e pós-modernos que têm origem na geração que viveu, intensamente, o Brasil de 1968, marcado por manifestações estudantis, protestos contra o regime militar e profundas mudanças no cenário político e social. No romance Solstício de Verão, a mudança de comportamento saboreada pelas mulheres dessa geração desemboca nos dias atuais em personagens que compõem o retrato feminino de um Brasil de muitas faces. Ao contrário do que o título possa sugerir, a obra não tem cunho místico; antes, apresenta o cotidiano de protagonistas muito próximas a mulheres reais - fêmeas que lidam de diferentes formas com a maternidade, a sexualidade, as escolhas, os sucessos e as "pequenas-tragédias-pessoais". A narrativa, em primeira pessoa, expõe a coragem da autora em contar histórias partilhadas por uma geração, mas elaboradas de maneira particular, no ritmo ditado por características singulares - e complementares - das protagonistas. Já na introdução, Edna Bugni traz o fragmento de um segredo que será desvendado ao longo de dez capítulos que retratam acontecimentos tecidos no presente e no passado dessas mulheres. Solstício de Verão, um livro singular, uma história arrebatadora, um romance com todos os elementos para se tornar inesquecível.
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