Considerando que o suicídio é, atualmente, uma questão de saúde pública, as reflexões sobre ele precisam ultrapassar o campo do tabu e as fronteiras da discussão em termos de saúde. Trata-se de reflexões sobre o estatuto político de vida, morte e suicídio nos escritos de Michel Foucault. Foucault escreveu diretamente sobre o suicídio em pouquíssimas ocasiões e não há uma obra do filósofo inteiramente dedicada a esse tema. O assunto aparece em seus escritos poucas vezes, ou está presente em trechos de suas entrevistas. Nesse livro, lê-se o resultado da tarefa de rastrear a presença do assunto nos escritos de Foucault. Aqui, vemos um diagnóstico foucaultiano acerca dos estatutos políticos de vida, morte e do suicídio Esse trabalho ganha relevância, por sua originalidade e por tratar sem hesitação de um tema que precisa ultrapassar os limites da patologização. Se o suicídio é, atualmente, uma questão de saúde pública, as reflexões sobre ele precisam ultrapassar o campo do tabu e as fronteiras da discussão em termos de saúde. É preciso considerar o estatuto político do suicídio, inclusive para pensar o tema em sua relação com sofrimentos sociopolíticos e formas de vida, as quais é necessário modificar.
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