O suicídio sempre suscitou um leque de questões, quase sempre sendo fonte de muita polêmica e controvérsia. Na contemporaneidade, a tônica da discussão e encaminhamentos é voltada ao âmbito individual: terapia e/ou medicalização, desconsiderando o processo histórico e societário no qual o fenômeno está envolvido. A escassa literatura brasileira existente sobre o assunto foi um incentivo para procurar em outras áreas do conhecimento elementos para construir uma inteligibilidade a mais sobre o ato suicida a partir das determinações sociais, entendendo que toda morte traz à tona um pouco sobre a sociedade da qual ela advém. A pergunta que me propus a responder foi: "que outras perspectivas estão disponíveis para olhar o suicídio, que não a hegemônica, presente nos manuais oficiais da área da saúde?". Para responder isso, analisei a produção acadêmica sobre suicídio no Brasil, a fim de compor um mosaico que, primando por um olhar multidisciplinar, toma o objeto/indivíduo em sua totalidade, relacionando-o com a dinâmica da sociedade capitalista. A ciência nem sempre avança pelas descobertas inovadoras, mas também pela reorganização dos problemas e do saber, o que requer repensar discursos e práticas hegemônicas voltadas às pessoas com comportamento suicida. Por isso o convite à abertura para perspectivas diversificadas sobre o sofrimento e o suicídio, que atuem nas inúmeras lacunas que este livro expôs e que foquem mais nos fatores de proteção do que nos de risco.
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