Nos últimos 50 anos não se falou de outra coisa. A exacerbada exploração dos recursos naturais e as contínuas agressões associadas às diversas atividades humanas comprometem a saúde do planeta e da população. Sem dúvida, o crescimento da população, a intensi¿cação do consumo, o descompromissado gerenciamento dos resíduos produzidos nas grandes cidades e no meio industrial e a aparente apatia da população favorecem o descaminho do planeta, o que faz com que a ocorrência de catástrofes ambientais seja apenas uma questão de tempo. Objetivando interromper a caminhada em direção à autodestruição, especialistas criaram o conceito de sustentabilidade, segundo o qual existe uma imperiosa necessidade de se compatibilizar aspectos econômicos, sociais e ambientais, de maneira a viabilizar um desenvolvimento que preserve o meio ambiente e garanta o bem-estar da população. O livro Sustentabilidade, igualdade social e outros devaneios traz argumentos que mostram que a sustentabilidade não passa de um conceito vago e abstrato, que não sai do papel e que pouco contribui com a resolução dos grandes problemas enfrentados pela sociedade moderna. Assim, a sustentabilidade não passa de um conjunto utópico de boas intenções, das quais o inferno está cheio. No ¿nal das contas, tudo indica que a sustentabilidade de alguns se escora na pobreza de muitos, o que faz com que, na crueldade do mundo real, a pobreza seja um mal necessário. Assim, sustentabilidade e igualdade social são propostas que seguem caminhos diferentes, que somente se encontram no discurso vazio e irresponsável de quem vende a sustentabilidade sem conhecer as reais necessidades das classes menos favorecidas.
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