Era natural que Afonso Borges, colecionador de amigos escritores e livros, entrasse para a confraria dos contos. Afonso vive na literatura. Coleciona escritores e livros e transforma, ambos, em amigos íntimos. Era apenas natural que ele escrevesse e que, na escrita, fosse breve como suas frases, mas com a densidade de sua vivência literária. Tem linguagem própria, autêntica, inclusive nas referências a outros autores. Os contos começam cotidianos, mas não terminam cotidianamente. Como em todo bom conto, irrompe ora o inesperado, ora o apenas insinuado, um toque de mistério ou uma pitada de absurdo. Não raro o puro absurdo do cotidiano de nossos tempos. Afonso Borges é da linhagem dos contistas econômicos nas palavras. Autor de contos curtos e densos, que começam pequenos e terminam metafísicos. Sérgio Abranches "De onde Afonso Borges tirou estas histórias? Em que camadas invisíveis da realidade, secretas quartas dimensões, ou sei lá o quê, elas se escondiam? Seja como for, só ele poderia contá-las. Só ele tem a chave desse universo paralelo." Ruy Castro "São textos curtos, incisivos, surpreendentes e, de alguma forma, entrelaçados, assim como a vida de todos nós. Com precisão quase cirúrgica, Afonso nos permite enxergar o mundo pelo espelho inquietador da arte." Frei Betto "Em Tardes brancas não há gordura, é corte seco. Alfaiataria. Ritmo de quem conhece música, alfabeto de quem tem intimidade com a literatura. E imaginação." Carla Madeira
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