Talvez, o maior sinal do estado geral de crise que assola o mundo de hoje esteja na dificuldade que temos para identificá-lo e caracterizá-lo. O conformismo generalizado que predomina no contexto da sociedade na era digital impede-nos de enxergar com clareza as contradições que assolam o cotidiano. Teoria crítica e crises: reflexões sobre cultura, estética e educação pretende trazer para o campo de visão diferentes aspectos de uma crise que não desaparecerá simplesmente ao ser ignorada. Ao voltar-se para (os campos) as áreas da sociologia, da estética, da filosofia, da comunicação e, principalmente, da educação, o volume tenta tecer, por meio da discussão da crise no interior dessas áreas, um quadro geral da situação precária do nosso tempo. A negatividade radical na interpretação dos acontecimentos críticos dos dias de hoje se apresenta para os autores, inspirados na primeira geração da chamada Escola de Frankfurt, não como expressão de um pessimismo melancólico, e sim como esperança de redenção, pois, como dizia o mestre Adorno, nas Minima moralia: "não há mais beleza nem consolo algum fora do olhar que se volta para o horrível, a ele resiste e diante dele sustenta, com implacável consciência da negatividade, a possibilidade de algo melhor". Nessa direção, o livro exibe, para além da vontade de rigor analítico, o desejo de real transformação das condições adversas à formação humana.
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