Coleção Ver DiVerso Selo altamente recomendável da FNLIJ - 2019 Tem coisas que só fazem sentido acompanhas de outra. Em versos simples e sonoros, característica singular da literatura de Adriana Lisboa, Um rei sem majestade passeia por esse mundo conectado, quando uma coisa depende da outra para ter vida, para ter um gostinho a mais. Seus versos formam quase um mantra ou mesmo um rap. Experimente recitá-lo em voz alta, ritmado por palmas. Som e imagem que nos conduzem a uma incrível e maravilhosa viagem. A estrofe de abertura introduz a ideia de incompletude que Adriana explora ao longo do poema: "Um rei sem majestade / É meia maçã sem a outra metade. / É domingo sem feira, / Quintal sem mangueira, / Goiabeira sem quintal." As comparações com outros universos, que não o do primeiro verso, estimulam a criança a criar suas próprias associações de ideias, desviando o olhar infantil do lugar-comum. Adriana utiliza a ausência como recurso, representada pela preposição "sem", e parece querer que o pequeno leitor busque completar lacunas para transformar o mundo à sua volta em algo mais inteiro, cheio de sentidos e significados. Um rei sem majestade oferece a pequenos leitores, pais e professores múltiplas possibilidades de leitura, o que só favorece o processo de mediação, seja em casa ou em sala de aula. O jogo poético criado por Adriana Lisboa e as ilustrações de Lúcia Brandão compõem uma obra essencial para ampliar a visão de mundo das crianças.
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