Sou um homem estranho, como que vazio, oco. Olho para as folhas dos plátanos a dançarem tocadas pelo vento e nada me dizem. Olho para o cão que passa na rua a lamber as mãos do dono e não encontro nisso qualquer enternecimento. Olho para a rapariga da mercearia, com pouco mais de dezoito anos, que tem um corpo esbelto, a baixar-se e a revelar-me o rabo empinado, e não me invade qualquer excitação. Chamo-me Constantino, tenho trinta e seis anos e preciso urgentemente de sentir alguma coisa.