O livro tem o objetivo de analisar o romance As Estradas da Esperança, de Antônio Leal de Santa Inez (1982), como fonte histórica para a interpretação do cotidiano do Recôncavo Sul e Sudoeste da Bahia, focando peculiaridades da região e o processo de desativação da Estrada de Ferro Nazaré (Bahia). Ao criar seus personagens e relatar as viagens do trem, de estação em estação, o romancista reconstrói em moldes ficcionais a história dessa ferrovia. A narrativa constitui uma interpretação das memórias de suas viagens, do desenvolvimento do comércio na região do Recôncavo Sul e do Vale do Jequiriçá na primeira metade do século XX, e da desativação da ferrovia - a morte do trem -, dando visibilidade ao processo de desestruturação de um conjunto de cidades baianas. O trem é retratado como o principal meio de transporte desde o início da construção da ferrovia (1871) até sua desativação (1971). Na obra de Santa Inez, vê-se a representação do período compreendido entre os anos 1960 (início da desativação) e 1971 (liquidação da ferrovia).
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