No Morro do Ferrabrás, durante o reinado de Dom Pedro II, ocorreu um dos mais impressionantes episódios de cunho religioso que o país já teve notícia - a Revolta dos muckers. Um grupo de imigrantes alemaes, sob a liderança de Jacobina Maurer, lutou até a morte contra as forças da Guarda Nacional, em defesa da única coisa que lhes resta: a fé. Na época do Brasil Imperial, cada barco que trazia uma nova leva de imigrantes estava repleto de incertezas. Ao chegar a um país de língua desconhecida, famílias alemas que fugiam do desemprego e de péssimas condiçoes de vida vislumbravam um futuro melhor em uma terra de oportunidades variadas. Para alguns, o comércio seria uma maneira de recomeçar. Para outros, restava desbravar os campos. Desassistidos pelo imperador, sem acesso a itens básicos como saúde e alimentaçao, os muckers reconheceram, numa mulher, uma líder espiritual. Desde pequena, Jacobina sofria ataques nervosos, o que de certo modo foi confundido com um poder religioso que a faria capaz de transmitir a voz de Cristo. A fé dos muckers ia de encontro ao protestantismo da maioria dos imigrantes e ao catolicismo dos brasileiros, pois o que Jacobina ofereceia era maior que os ensinamentos religiosos, era a própria presença divina. Em Videiras de Cristal - o romance dos muchers, Luiz Antonio de Assis Brasil recria magistralmente um episódio de formaçao do Rio Grande do Sul e recupera as emoçoes de um levante popular que mobilizou o Exército brasileiro. A partir da história dos muckers, o escritor lança um olhar sobre o cotidiano da populaçao do Sul do país em meados do século XIX, desvelando o microcosmo da colônia alema a partir de uma perspectiva universal.
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