Em um entardecer de inverno, 18 anos depois, ouvindo uma das músicas preferidas deles, ela ainda se lembrava dos detalhes daquela história que marcou tanto sua vida. Nostálgica, sentou-se em frente à lareira tomando uma xícara de chá, voltou ao passado relembrando e sentindo tudo de novo. Conheceram-se numa tarde de domingo, uma tarde ensolarada de inverno, passaram horas conversando... perderam a noção do tempo, a sintonia foi instantânea, aliás, tudo foi instantâneo com aqueles dois! Depois daquele domingo, estiveram juntos, estiveram num mundo à parte que criaram só para eles! Mais tarde, Gatão diria à Piqui: "nunca vou esquecer quando você virou a esquina do shopping…", foi onde se encontraram pessoalmente pela primeira vez. Dançaram juntos Reggaeton, cozinharam, saíram passear, fizeram amor, assistiram, dormiram, brigaram, riram demais, fumaram nus na sacada de madrugada com geada de zero graus, foram fazer xixi na rodoviária, e principalmente, amaram-se, encontraram-se, completaram-se, bastaram-se! Mas isso tudo não bastou para mantê-los juntos naquele momento! Nem o chocolate tormento que amavam...Nem os beijos grandes e pequenos... Nem a gelatina com frutas... Nem o fato de conhecerem até o silêncio um do outro! Dava para ver a felicidade estampada em seus rostos, os sorrisos parecidos (dentões de castor, como ele descrevia) sempre iluminando aqueles dois seres tão parecidos (você é o João de saia, eu sou a Jaque de calças). Afinal, será que os caminhos diferentes e o tempo conseguiram enterrar esse amor?