Este livro apresenta um estudo do discurso construído coletivamente pelo Movimento Democrático Brasileiro (MDB), partido que cumpria a função de ser a oposição institucional aos governos da ditadura burgo-militar entre os anos de 1966 e 1979. O tema central de análise foi o conceito de democracia produzido por essa agremiação durante a primeira fase da transição política, a chamada "distensão" (1974-1979), período que viu uma reorientação tática do regime e um avanço eleitoral do MDB. Para compreender esse conceito foram trabalhados os documentos produzidos em nível nacional pelo instituto de estudos políticos do partido, à luz da análise de discurso teorizada por Mikhail Bakhtin. A partir desse aporte teórico-metodológico foi possível recuperar o processo contraditório de produção desse discurso, a correlação de forças internas, bem como as conexões estabelecidas entre o partido e os diferentes setores da oposição e do próprio bloco burgo-militar dirigente do Estado. Isso permitiu entender como se deu a construção de uma frente pluriclassista, com direção burguesa, para a democratização liberal do país e a montagem de um estado de bem-estar social. Tal concepção influenciou fortemente os rumos da oposição à ditadura, uma vez que a agremiação tomou para si a posição de partido inescapável para a superação do regime, através de uma ampla e contraditória conciliação entre os interesses da classe trabalhadora em luta e os da burguesia dependente-associada.
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