Visões de conjuntura de uma sociedade complexa serão sempre necessariamente fragmentadas pelo olhar do analista. Assim, apesar da precedência – não necessariamente predominância – da esfera econômica sobre os demais complexos integrantes da totalidade social, por anos nossas "colunas" dedicaram-se o mais das vezes ao direito, numa abordagem tanto classista quanto crítica.
Isso mudou em 2016, ano em que o Brasil experimentou a mais grave ruptura institucional de sua história desde a década de 1960, ruptura cujas consequências nefastas ainda afligem a maioria da população.
A partir de então, em progressão geométrica, os direitos sociais escritos na Constituição, convenções internacionais, leis, e outras normas, incluídas convenções e acordos coletivos de trabalho, passaram a ter importância relativa cada vez menor. Quem rasga mais de 50 milhões de votos e destitui uma presidenta eleita sob pretexto insustentável, com muito mais facilidade lança famílias na miséria e maximiza o lucro de poucos, em favor de nossa sempre colossal desigualdade social.
Em razão dos inúmeros retrocessos, nossa atenção se voltou dos efeitos sentidos pelos trabalhadores em suas vidas, para as causas, no esforço de tornar evidente a relação de causa e efeito entre a política e o mandato desta ou daquela força, de um lado, e o prato de comida de quem vende sua força de trabalho para viver, de outro.
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