"Negritude amazônida: gênero, raça e interseccionalidade" é estudo profícuo que traz à cena dois ícones da região Norte, quiçá do Brasil, algo que poderia assustar, tamanha a responsabilidade que os rastros que essas duas senhoras deixam por onde passam. Mas a autora Raimunda Berenice, jovem de nome tão sofisticado quanto sonoro, não se fez de rogada e atravessou o pântano advindo do patriarcado, enfatizado pelos desafios impostos numa voraz pandemia de COVID-19, e tramou uma pesquisa ousada, o mais democrática possível, teóricas e teóricos, professoras e professores das disciplinas cursadas, das bancas de qualificação e de defesa, enfim, das colegas de labuta nas salas aula, que com a autora comungaram: conversaram e puseram à prova este estudo elaborado com astúcia.
A essas questões cotidianas, atravessadas pelas teorias, a pesquisadora paraense discute as possibilidades de enfatizar a negritude e a subjetividade de mulheres negras na literatura, na música e, sobretudo, no ativismo político, que Zélia Amador de Deus e Dona Onete, cada uma a seu modo, assumem como 'missão de vida'.
E é assim, inspirada em bell hooks, que Raimunda Berenice defende o ato de "erguer a voz" contra o patriarcado, contra o racismo, contra todo tipo de opressão, que combate o silenciamento e a invisibilidade lúdica e intelectual das mulheres na Amazônia, no Brasil.
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