O livro "Por Todas Essas Vidas – a saga de uma mulher", de Roseila Iara Renz Pretto, é o resultado de um longo processo de elaboração intelectual e acadêmica mesclado com um processo de criação literária mais tradicional. Neste livro, misturam-se muitos registros de referências culturais, típicas da região Noroeste do estado do RS com influência específica sobre a subjetividade das gerações que se formaram nos últimos 150 anos. Essa subjetividade transposta para a literatura se transforma numa situação de confronto existencial. Nesse aspecto, a questão de gênero tem uma funcionalidade bastante destacada. O gênero feminino sofreu cargas bastante consideráveis de preconceitos e exclusão social paralelas ao processo de inserção das etnias estrangeiras no solo do RS. Todo esse material é trabalhado pela ficção da autora de forma admirável, misturando sua vivência pessoal, sua batalha intelectual por uma formação superior e os enfrentamentos resultantes desse processo. É uma obra que se alinha aos primeiros romances de Lya Luft no que diz respeito aos confrontos do indivíduo com sua tradição cultural. Roseila se propõe a dar continuidade a um tema cuja carência é enorme na literatura brasileira. Sua obra é completamente única no atual estado da produção literária brasileira e, com toda a certeza, merece ser conhecida por leitores, ao mesmo tempo em que se constitui numa contribuição muito rica para outras formas contemporâneas de representações culturais.
Larry Antonio Wizniewsky
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