Isaque, somente Isaque. Esse é o nome dum menino que perdeu a mãe e, naquele inconsolável momento, não tinha amigos, parentes ou mesmo alguém conhecido que lhe pudesse dar algum conforto.
Certo dia, Isaque recebeu um telegrama informando que seu avô estava muito senil e debilitado e, como último desejo, queria conhecer o único neto.
Mesmo sem recursos, o menino partiu rumo ao Norte em uma composição ferroviária, pagando com seus serviços naquele trem a passagem somente de ida. E, ao chegar ao vilarejo indicado no telegrama, ele recebeu a notícia de que Terá, seu avô, não tinha resistido às dores do mundo e partido dois dias antes.
Lá, Isaque fica sabendo por um mestre ferreiro local de que ele havia recebido todos os bens deixados pelo avô. Dentre tais bens, tinha um antigo mosquetão que Isaque resolveu trocar com o mestre ferreiro por um dos filhotes que estavam num canil improvisado ao lado da ferraria.
Ao ser indagado pelo mestre ferreiro qual seria o nome a ser dado ao escolhido, o menino parou, pensou, deu um passo para o Leste e dois para o Norte, e, sem pestanejar, respondeu:
— Revòlver.
— Bela escolha. Vou lançar aos sete ventos que troquei com você o mosquetão pelo Revòlver — disse Ezequiel, o mestre ferreiro.
Isaque, com seu pequeno Revòlver no colo, partiu rumo à sua propriedade e, logo na primeira noite daquela viagem, o cãozinho realizou uma grande caçada na mais plena e escura madrugada.
As peripécias de Revòlver estavam apenas por começar.
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