Embora a felicidade não exerça papel algum no que diz respeito à fundamentação da moralidade, como ela se torna um elemento de extrema importância na sua efetivação ou possível realização? Kant não a exclui definitivamente de sua teoria moral, embora não lhe dê o mesmo enfoque que a tradição filosófica lhe dera até então. Quando se pensa o bem perfeito para um ser racional, nele deve estar incluída também a felicidade, mas sob a condição de merecimento. A felicidade, por esse ponto de vista, passa então a não mais consistir na satisfação das necessidades, tendências e impulsos humanos, mas simplesmente a se constituir em um conceito do mundo moral.
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