Será que "o alimento", tão paradoxal, pode ser tomado por "mediador" da "gastronomia sustentável"? Essa "inteligência coletiva" que depende da inscrição dos sujeitos numa formação discursiva mais afetiva e ética? E qual o papel do jornalista neste processo? E do cozinheiro? Amparado pela análise do discurso, estes "Diálogos Comestíveis" pretendem compreender a relação entre o consumo de alimentos e o consumo de informação, especialmente, no contexto histórico-social brasileiro dos anos 1999-2019. Provocativo, o texto se debruça sobre a constituição, formulação e circulação dos discursos sobre a "gastronomia brasileira" e a "gastronomia sustentável" numa época de importantes acontecimentos históricos e jornalísticos relacionados às expressões. Período esse em que, no Brasil, tem-se expressiva mediatização gastronômica. Os sentidos em evolução das palavras "alimento", "cozinhar", "comensalidade", "agricultura", "comida", "cozinha", "receita", "culinária" e "gastronomia" servem como pontos iniciais de deriva à investigação histórica sobre o que se entende por "discurso gastronômico". E o "Seminário Fruto - Diálogos do Alimento" (2018), evento idealizado pelo cozinheiro Alex Atala, pelo produtor cultural Felipe Ribenboim e pelo Instituto ATÁ como caro objeto de análise.
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