A estimativa da parasitemia é prática rotineira no diagnóstico da malária, uma vez que auxilia na definição da gravidade e na avaliação da resposta terapêutica in vivo. Uma vez que erros que podem ser introduzidos nas técnicas de sua estimação, delineou-se o presente estudo para avaliar diferentes métodos de quantificação da parasitemia. Os resultados mostraram que a parasitemia estimada pelo valor fixo de 8.000 leucócitos/µL superestima a parasitemia do paciente. A alta proporção de adultos na amostra analisada e a não consideração da faixa etária do paciente foram, provavelmente, as razões para essa superestimação, uma vez que crianças possuem número de leucócitos superior a dos adultos. Por outro lado, a parasitemia foi subestimada quando avaliada pelo método que assume volume fixo de sangue em área microscópica examinada. Os valores assumidos de leucometria que mostraram melhores indicadores de concordância coma parasitemia estimada pelo método de referência foram de 5.250 e 5.500 leucócitos/µL, condizentes com o perfil de leucometria revelado pela amostra estudada e de referência normal para pessoas brasileiras e sul-americanas, que é próxima a esses valores.