As relações de poder modernas têm como escopo de legitimidade, em grande medida, o princípio da soberania. Apesar das inconstâncias históricas, esse princípio ainda é usado como uma forma de responder à questões políticas contemporâneas. Robert Walker, como teórico político e das Relações Internacionais, dessacraliza e desconstrói a soberania, e expõe estruturas de poder do conhecimento e das Relações Internacionais que ainda se fundamentam nesse princípio, de forma dogmática. O Estado moderno soberano, como o conhecemos, nos discursos teóricos de Relações Internacionais, possui a mesma legitimidade incontestável do soberano, herdeiro de Deus, mas os problemas que enfrentamos atualmente são diversos e desafiam cada vez mais as respostas prontas oferecidas pela soberania. A partir de um estudo qualitativo das obras de Walker problematizar-se-á o uso de uma categoria moderna reificada, a soberania, como base para o estudo da política internacional. Procura-se desconstruir os discursos de inimizade e do Outro como perigo, temporal e espacial, e demonstrar como a soberania molda nossa capacidade de pensar alternativas aos problemas enfrentados contemporaneamente.