O propósito da presente obra é pensar o sofrimento psíquico do agente comunitário de saúde a partir do referencial da Bioética de Proteção com o intuito de demonstrar que as particularidades e demandas inerentes ao cotidiano laboral desse trabalhador incorrem na degradação de suas condições de vida. Para tanto, busca-se fazer uma conexão entre as noções de corpo e de biopolítica em sua relação com os fundamentos e perspectivas da Bioética de Proteção por meio de um levantamento bibliográfico ancorado nos marcos teóricos de Merleau-Ponty, Foucault, Agamben, Esposito, Kottow e Schramm. Essa articulação foi utilizada para caracterizar o corpo próprio do agente comunitário de saúde no âmbito de seu trabalho na Atenção Primária à Saúde, caracterizando seu sofrimento psíquico e demarcando-o como "sujeito vulnerado". Para tanto, percorreu-se um itinerário investigativo capaz de propiciar uma reflexão sobre o conjunto dos aspectos que compõem o mundo profissional do agente comunitário de saúde que o caracteriza como paciente moral no domínio da Bioética de Proteção. Por fim, o objetivo desse livro é ser um instrumento de sensibilização dos pesquisadores, gestores e trabalhadores da saúde que se interessam ou atuam na Atenção Primária à Saúde e, assim, contribuir para a abertura de horizontes de interpretação das políticas públicas em saúde, bem como fornecer subsídios para o debate político e institucional.
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