Neste trabalho analisamos narrativas de professores de língua inglesa da rede estadual de ensino de dois municípios do interior de São Paulo. Isso foi feito para verificar o que subjaz ao processo de transformação pelo qual passou o ensino dessa língua nas escolas públicas no período entre 1950 e 2012 e, dessa forma, tentar compreender a crise que tal ensino enfrenta no presente. Ela tem relação com a violência escolar, desinteresse generalizado, baixa autoestima, descontentamento de alunos, professores e dirigentes escolares, possibilitando a visualização panorâmica das mudanças transcorridas no ensino da língua inglesa nos últimos 60 anos. A análise das narrativas revelou que a crise resulta de um longo processo histórico de transformações em que duas grandes forças afetam negativamente as dimensões pedagógica e social/pessoal da sala de aula de língua inglesa. Nesse conflito, o maior fator de desequilíbrio recai sobre a força das mudanças institucionais e o menor, sobre a força inevitável das transformações dos valores sócio-familiares.